Japão (2) Dois dias em Hakone - (Monte Fuji)
Hakone é um destino bastante procurado no Japão, nao só por turistas internacionais mas por japoneses também, que são atraídos pelas belas vistas do Monte Fuji, hotéis aconchegantes na montanha e os famosos Onsens, os banhos de água termal.
Como Chegar:
Em Tóquio, embarcamos logo cedo no trem da Odakyu Line (Romancecar) para Odawara, que não é o Shinkansen (o mais rapido trem bala), mas que ja "casa" com o outro trecho da Hakone Tozan Railway, que sai da mesma plataforma, de Odawara com direção a Gora (ultima e principal estacão de Hakone). Além disso, os dois trechos estão incluídos no Hakone Pass, que é uma opção bem mais econômica e "sem stress" para explorar esse destino. (Se está planejando sua viagem ao Japão, já deve ter lido sobre os passes).
Onde Ficar:
Gora é o principal vilarejo de Hakone, bem servida pelos transportes, é onde ficam a maioria dos hotéis.
Após os dias intensos de Tóquio, pretendíamos dar uma relaxada e nos presenteamos nos hospedando em um Ryokan de luxo, que são hotéis no estilo oriental/japonês, com camas tatames no chão, serviço impecável e refeições kaiseki incríveis, perfeitamente elaboradas. Alguns ainda contam com seus próprios Onsen. Não é uma acomodação barata, mas é uma experiência imperdível, especialmente em um lugar desses. Altamente recomendado, que seja por uma única vez!
Itinerário:
1º Dia:
Hakone tem uma boa malha de transporte que liga todas as atrações principais de forma circular e que está incluído no Hakone Pass - cuidado para não perdê-lo!
Deixamos as malas no hotel e pegamos o ônibus com destino a parada Moto-Hakone.
Aqui, a beira do lado Ashi e embaixo de enormes cedros, encontra-se uma das figuras mais fotografadas do Japão: o portão Torii Jinja – Shinto Shrine.
De fato, sua localização é um tanto especial e não obstante, a fila pra tirar uma foto embaixo dele era enorme!
De lá, embarcamos no Hakone Sightseeing Cruise, um barco que percorre o lago em direção a estação Togendai-Ko, de onde sai o teleférico que leva a Owakudani.
Com sorte e tempo limpo, é possível ver o Monte Fuji do lago. (Não foi nosso caso!)
Owakudani, é a estação que fica no topo de uma montanha com atividades vulcânicas, além de uma vista panorâmica do vale e do Monte Fuji (se as nuvens colaborarem) e um quitute curioso, o Kuro Tamago: ovos pretos, que são ovos de galinha cozidos com o calor liberado pelo vulcão. Supostamente, esse iguaria aumenta a longevidade, mas, já vou adiantando, o cheiro é de enxofre e o gosto é de ovo cozido, como qualquer outro!
Continuando o "loop", embarcamos de novo no teleférico até Souzan, onde trocamos para o funicular em direção a Gora, onde estávamos hospedados. Esse é o sentido ideal do círculo, já que o barco pára de funcionar mais cedo do que o funicular.
A descida entre as árvores coloridas de outono é de deixar qualquer um boquiaberto!
As mesmas atividade vulcânicas responsáveis por cozinhar o ovo preto, possibilitam várias fontes de águas termais na cidade, algumas públicas e outras privadas (dentro dos hotéis).
As Onsen, casas de banho com fonte de água termal, existem em todo Japão e podem ser compartilhadas (entre pessoas do mesmo sexo), ou privadas, para membros da mesma família. Normalmente, fica em locais a céu aberto e acredita-se nas propriedades nutrientes dessas águas.
É importante ressaltar que a pratica de banhar-se em um Onsen é muito tradicional e respeitada no Japão, sendo assim, existem várias regras as quais é imprescindível aderir:
- O banho é feito nu, uma toalha só deve ser usada para se secar ao sair da água. Aliás, o fato de uma toalha tocar a água é extremamente ofensivo.
- TODOS os pertences e roupas devem ser deixados em um armário no vestuário e, claro, não é permitido levar seu telefone, (então só tenho fotos da Onsen privada que frequentamos em casal).
- A higiene é importantíssima. Antes de entrar na "piscina" todos devem lavar seu corpo todo, cuidadosamente, sentados em banquinhos como esse da foto, usando o baldinho pra se molhar, tomando cuidado para não molhar as pessoas ao redor e usando sabonete ou, de preferência, esfoliante.
Além destas, existe outra norma mais do que apreciada no Japão: o silêncio!
2º Dia:
Depois de um café da manhã digno da realeza, passeamos pelo vilarejo de Gora e visitamos o Hakone Open Air Musem.
Eu fiquei simplesmente encantada com as obras desse museu, além do jardim muito bem cuidado.
E tudo fica ainda mais lindo nas cores de outono! Me perdoem pela overdose de fotos!
Além de serem incríveis, algumas dessas obras são também brinquedos infantis:
Há também uma área destinada a Picasso, uma torre de vitrais e...arvores de caqui!!! Os caquis no outono no Japão são uma iguaria muito especial!! Não é a toa que nos foi servido delicadamente no jantar kaiseki, como sobremesa, numa louça toda trabalhada.
Antes de nos despedirmos de Hakone, resolvemos tentar pela ultima vez ver o Monte Fuji, um dos motivos de nossa vinda para cá. E, pasmem, descobri que um dos bons lugares para visualizá-lo é simplesmente de um ponto da linha de ônibus na estrada, chamado Otome-Toge.
E bingo! Lá estava ele, majestoso e imponente:
Atravessando do local do ponto de ônibus, tem uma trilhazinha pra cima, de onde é possível ter a mesma visão entre as arvores.
E assim, nos despedimos de Hakone rumo a Kyoto.